Sugestão de encenação para o Dia das Mães.
Conversa à mesa
Estamos com problemas! Vamos resolvê-los?
Local: Uma casa de chá.
Ambiente: Um salão de festas onde ocorrerá um chá beneficente.
Participantes: Oito mulheres conversam, em torno de uma mesa, sobre seus problemas domésticos.
Eva: Filhos rebeldes
Mulher de Noé: Ambiente inadequado
Sara: Expectativas sobre impossibilidades humanas
Joquebede: Uma luz no final do túnel
Abigail: Convivendo com um alcoólatra
Ana: Convivendo com “a outra”
Betseba: Desejada pelo chefe
Salomé, mãe de Tiago e João: Quero meus filhos “lá”
Início
Uma mesa redonda, de oito lugares, será colocada em lugar visível, no centro ou à frente do grupo que irá participar do chá. Sugerimos que as outras mesas estejam postas em círculo, a fim de que a mesa da representação possa ficar em lugar de destaque, no meio das outras. A mesa deverá estar decorada da mesma forma que as outras, na forma, mas a louça, a toalha e a própria mesa e as cadeiras deverão ser de modelo antigo. Os personagens poderão se servir e comer, naturalmente, durante a conversa. Podem servir umas as outras.
Após se ouvir uma música instrumental, suave, as oito mulheres começarão a chegar e sentar-se-ão à mesa. Deverão demonstrar que se conhecem ao se cumprimentarem de forma alegre, revelando amizade antiga. Logo após todas haverem chegado, começam, em voz audível, uma conversa sobre os problemas que cada uma delas viveu e como conseguiram resolvê-los.
Eva – Que bom termos nos encontrado aqui, hoje à tarde. Faz tanto tempo que não nos encontramos. É bem verdade que cada uma de nós sempre tem notícia da outra. E isso é muito bom. Nossa amizade, nem o tempo tem conseguido apagar. Sou grata a vocês por haverem sido solidárias comigo quando da tragédia que se abateu sobre o meu lar. Sei que tenho muita culpa por não haver obedecido às orientações do Senhor. O pecado se instalou entre nós a partir de mim. Meu lar não foi poupado. Meu filho Caim tornou-se amargo, rebelde e permitiu que a inveja e o ciúme tomassem conta de sua vida. Matou Abel. Deus na sua infinita misericórdia nos deu mais filhos e filhas e quando nos foi dado nosso neto, Enos, o nome do Senhor começou a ser invocado em nossa casa outra vez. Isso mudou tudo. Nosso relacionamento familiar melhorou, a vida tornou-se bem mais agradável em nossa família.
Mulher de Noé – Pena que as outras famílias não tenham seguido o exemplo da sua, querida Eva. As pessoas tornaram-se muito más e chegaram a tal ponto de desobediência que Deus resolveu destruir tudo que havia construído a partir do paraíso onde vocês tiveram a sua primeira residência. Meu marido recebeu a incumbência de construir uma grande embarcação. Eu não conseguia entender porque Noé se empenhava tanto nessa construção e, ao mesmo tempo, falava a todos que se aproximavam dele sobre a destruição que estava por vir. Até o dia quando ele nos chamou, a mim, nossos três filhos e nossas noras. Informou-nos que por um período nós iríamos morar dentro daquela embarcação. Imaginem vocês... Não poderíamos levar nada de nossa antiga casa. E o que era pior, teríamos que conviver com uma porção de animais silvestres com aquele cheiro insuportável. No início não gostei nem um pouco. Confesso que resmunguei, lembrando o que de bom havia deixado em minha antiga casa. Até o dia em que Noé me chamou a atenção para o fato de que, a partir de nossa família, Deus iria recomeçar a história da humanidade. Reconheci que não basta um ambiente agradável para se viver se Deus estiver ausente dele.
Sara – Vocês falando sobre rebeldia de filhos, sobre ambiente físico e eu aqui pensando como para mim o desejo de ser mãe foi intenso e cheio de expectativa. Quando meu marido e eu tivemos de sair de nossa terra, obedecendo a uma orientação de Deus, partimos para outro lugar que nunca havíamos ouvido falar. Foi-nos feita uma promessa que teríamos um filho e que através dele todas as famílias da terra seriam abençoadas. Eu até que esperei, durante alguns anos, acreditando ser possível. Mas, à medida que fui ficando mais velha a descrença começou a tomar conta de mim. Não haveria como, pensava eu, ter filhos na minha situação. Do ponto de vista do meu corpo... jamais seria possível. Eu já estava com mais de 89 anos. Mas quero afirmar a vocês, queridas amigas, para Deus não existe impossibilidade. Quando ele nos faz uma afirmação ou promessa, como vocês queiram chamar, o prometido acontece. Fui mãe aos 90 anos de idade. Parto normal. Tive um filho saudável e através dele a promessa de que todas as nações da terra seriam abençoadas, se concretizou.
Joquebede – Já a minha situação foi a seguinte: Como sobreviver em tempos de crise? Descobri que é necessário ter a família unida em torno da solução que Deus nos inspira. Todos precisam estar atentos para executar a sua parte. Lá em casa foi assim. Nosso bebê estava correndo perigo de vida. Unimos-nos, distribuímos as tarefas, todos se solidarizaram e conseguimos, como família, sobreviver à crise. Havia um plano específico de Deus em relação ao nosso filho mais novo e era necessário que contribuíssemos com nossa obediência às suas orientações. Aprendemos, também, que a família que se une para enfrentar uma crise sempre sai mais fortalecida. No nosso caso foi assim que aconteceu.
Abigail – Eu era muito jovem quando me casei com Nabal. Ele era um homem bem mais velho do que eu e tinha hábitos que me desagradavam. Além de ser ríspido com as pessoas, chegava a se tornar embrutecido quando se entregava ao vício da embriaguez. Resolvi desenvolver um comportamento prudente em relação à sua maneira de ser. Nunca o enfrentei nem contestei sua maneira de ser ou agir. Geralmente, me colocava por perto dos estragos que ele cometia com as pessoas e procurava reparar com atitudes gentis e pedidos de desculpa os males que ele causava. Deus me recompensou. Afinal, se a palavra dura suscita a ira, a resposta branda desvia o furor. Consegui, certa vez, aplacar a ira do meu Rei quando este foi agredido pelos maus modos do meu marido. Quando fiquei viúva, o Rei Davi lembrou-se de mim. Convidou-me ao seu palácio e me pediu em casamento. Fui feliz com meu segundo marido.
Ana – Estive ouvindo atentamente a conversa de vocês, aliás, o depoimento de cada uma. Verifiquei que cada história retratou uma situação adversa e que todas chegaram a um final feliz. No meu caso, tive que conviver com a “outra” mulher do meu marido. Era uma convivência sofrida, uma vez que ela gerava filhos quase todos os anos e eu era estéril. Essa situação provocava uma tristeza e um desgosto muito grande em mim. Por mais que meu marido me garantisse que me amava eu me sentia em desvantagem e ainda tinha que conviver com o malicioso desdém da “outra”. Certo dia resolvi pedir ao único que poderia me ajudar no meu infortúnio. Orei, supliquei mesmo ao Senhor que me desse um filho. E fui além. Prometi que se Deus me desse um filho eu o devolveria para Ele todos os dias da sua vida. Deus ouviu minha oração. Meu filho Samuel nasceu e eu o entreguei ao Senhor. Em compensação, vieram mais outros filhos que foram a alegria do nosso lar.
Betseba – Ser cobiçada pelo homem mais poderoso da minha terra poderia ter sido motivo de orgulho para mim. Mas não foi assim que me senti. Eu era casada e meu marido era um homem honesto, corajoso e leal para com o seu chefe. Durante uma das suas ausências do lar, ele era soldado e nosso país estava em guerra, fui vista pelo seu chefe que da varanda da sua residência me observou durante um banho que eu tomava ao cair da tarde. Mandou me buscar e tive que acompanhar o seu ajudante de ordens. Não poderia desobedecer às ordens do Rei. Praticamos adultério. Fiquei grávida. Meu marido foi morto durante a guerra. Mesmo casando comigo, a fim de consertar o erro, tanto eu como o Rei fomos alcançados pela justiça de Deus. Aquele nosso filho morreu, afinal era filho do pecado. Em seguida, sinceramente, reconhecemos nosso pecado e nos arrependemos. Deus nos perdoou e nos deu a felicidade de vir a ter outro filho que até hoje é considerado como o homem mais sábio que viveu na terra.
Salomé – Que mãe não gostaria de ter seus filhos junto a um grande líder? Não apenas servindo-o, mas, principalmente, assumindo posições de honra e exercendo o poder. Era assim que eu raciocinava. Eu não havia ainda chegado à minha maturidade espiritual. Quando solicitei a Jesus que colocasse meus filhos, um à sua direita e outro à sua esquerda quando o seu reino fosse instalado na terra, fiz uma oração insensata. Não é assim que uma mãe deve orar por seus filhos. Creio que aprendi mais do que nunca, hoje, aqui, ouvindo minha amiga Ana dizer que a oração correta é aquela em que nós entregamos nossos filhos nas mãos do Senhor a fim de que Ele venha a colocá-los no lugar a que foram destinados. Há um plano específico para cada um dos nossos filhos. Nosso papel é instruí-los no caminho por onde devem andar, o mais o Senhor mesmo completará na vida de cada um.
Final
As mulheres se levantam e se cumprimentam afetuosamente. Depois saem de forma natural e se assentam nas demais mesas a fim de participar da tarde festiva.
Onely Mabel da Paz Carneiro
Arquivo Visão Missionária 2T07